domingo, 28 de fevereiro de 2010

...e de louco, todo mundo tem um pouco.



Eu sempre gostei de falar sobre a loucura, minha e alheia. É um assunto que me consome. Amo excentricidades. Tenho até um pouco de orgulho das minhas (quando não tenho vergonha! hahahaha). Eu acho que é a loucura particular de uma pessoa que a define, que a torna especial, que a torna única entre tantas outras.
Eu quando penso em um amigo ou conhecido, logo lembro daquela mania esquisita que o fulano tem e que tanto me irrita e/ou me diverte.
Minhas loucuras se manifestam em compulsões, obsessões, paranóias, fantasias e algumas alucinações. rs
Não sei de terminologias nem dos conceitos apropriados. Tenho algumas noções aprendidas em milhares de sessões de terapia (que às vezes duvido se surtiram algum efeito), mas me divirto apenas observando, ainda que não esteja correta em minhas colocações.
Em se tratando de maluquices, já experienciei e vi muita coisa nessa vida...
Eu, por exemplo, nunca durmo sozinha de luz apagada. É um horror. É apagar a luz e calafrios me percorrem o corpo e fico absolutamente tensa. Tenho conversas internas que me deixam absolutamente perturbada e a única forma de “desligá-las” é acendendo a luz. Acho que espíritos (ou almas penadas, como preferirem) vão se materializar na minha frente para uma conversa. Sem contar a sensação de que a minha cama vai ser tomada por micromosquitos que irão me carcomer. Muito medo.
Quando eu fui morar sozinha, pela primeira vez, descobri que não era um ser tão solitário assim, ao intuir o “homem do banheiro”. O que aconteceu foi que, um belo dia, eu comecei a “desconfiar” que tinha um cara escondido dentro do “box” minúsculo do chuveiro e que ele só saía de lá (pra eu poder tomar banho, por exemplo) se, todos os dias, ao chegar da faculdade, eu fosse imediatamente até o banheiro, acendesse a luz e abrisse a porta de onde ele (não) estava pra que ele saísse (oh God!).
Todas as vezes em que viajo de avião, algo que tenho pavor (não importa quantas mil vezes eu já tenha viajado, eu sempre passo mal), tenho um ritual a ser seguido religiosamente ao qual atribuo o fato de ainda não ter morrido de acidento aéreo (sim, louca!) e, pra piorar, todas as vezes que alguém me indica algo (seja uma prece, simpatia, medicação, meditação ou técnica de relaxamento) este algo passa a integrar meu ritual tornando-o cada vez mais longo e complexo (por favor pessoas, parem de me dar ideias! *sofrendo* ).
Só pra ilustrar um pouco mais a situação, eu tenho sérias crises de ansiedade, acompanhadas da síndrome das pernas inquietas. Na faculdade eu costumava sentar atrás de uma amiga, que invariavelmente me olhava irritada no meio da aula, perguntando a que horas eu ia levantar vôo.
E, não poderia deixar de mencionar, minha compulsão por doces, um período prolongado sem chocolates me deixa num estado de humor lastimável.
Eu tenho uma amiga que fala pra caralho muito, e é uma pessoa bastante expressiva, teatral. Vidrada em internet e morando em outro país, utiliza o msn como ferramenta de comunicação. Assim, nos falamos quase que diariamente, seja pra discutir as complexidades do mundo, seja pra falar mal da vida alheia. Ela é adepta daqueles zilhões de bonequinhos retardados que as pessoas usam pra expressar sentimentos (gifs), os quais, a princípio me irritavam profundamente (deixei de conversar pela internet com muita gente porque não suportava linhas com mais de 5 bonecos) e que hoje, com algum constrangimento, admito que não posso viver sem (alguns deles), particularmente quando é pra conversar com ela. Desenvolvemos uma linguagem tão nossa, que mesmo sem usar o alfabeto romano, somos capazes de nos comunicar por alguns minutos só usando os malditos desenhos (livrai-me da demência, amém). Outro dia ela vira e diz: amiga, ando angustiada... cheguei à conclusão de que os “emoticons” me fazem falta na vida real, queria que eles aparecessem na minha frente ao pensar em qualquer deles para expressar uma ideia, porque nem eu própria consigo demonstrar com tanta perfeição o que eu estou sentindo (pedi pra ela parar de se drogar, vamos ver se funciona!).
Uma outra que eu amo, é “control freak” (tem mania de controle), pra vê-la surtar basta omitir-lhe uma informação que ela sabe que você possui, sobretudo se essa informação diz repeito à onde você está e o que está fazendo no momento em que ela telefona. É tanto, que confesso um prazerzinho sádico em sacanear com ela e me negar a dizer. Certa vez eu estava indo a uma sorveteria com outras pessoas e ela ligou: - Onde você está? - Na rua – Fazendo? - Nada demais - Como assim? Com quem você está? - Com a minha irmã e uma amiga. - Aonde vocês vão? - Não sei, depois te ligo! *momento de silêncio e eu sinto a tensão* - Deixa eu falar com a sua irmã! hahahahahaha É cada uma, viu! Já disse pra ela: seu marido é um santo!
Meu irmão, por sua vez (para exemplificar o sexo masculino nessa minha janela da loucura), coleciona doenças e sintomas...reais. Nada de hipocondria, mas tudo psicossomático. Quando algo mais ou menos estressante acontece, toda a família já fica de cabelo em pé, aguardando as manifestações. Além disso, o pobre infeliz padece de um certo grau de sonambulismo: já batemos altos papos noturnos e quase saímos pra passear um dia (enquanto ele dormia).
Enfim, adoro meus amigos e parentes loucos, desequilibrados, obsessivos-compulsivos. Eles fazem a minha vida tão mais divertida.

10 comentários:

Rebecca Cisne disse...

Eu tenho uma mania esquisita da qual tu lembras qd pensas em mim?!?!
Exceto qd pensas em mim por conta do Sabonete da Amazônia... :P
lol
que meddoooo

Maria disse...

hahahahahahahaha Becca, Vc tbm é esquisita, minha cara! Mas, a melhor das manias (da qual compartilho!): petit gateau da Stuppendooooo
bjos,

Rebecca Cisne disse...

kkkkkkkkkkkkkkkkk
Adorooooooooooooooo!!!
Mania boa, pelo menos isso!
cada um com suas insanidades. A minha vale uma boa bola de sorvete com brownie ou qq coisa :P

Sylvio de Alencar. disse...

Maria...

Coloco reticências pois seu post me pegou de calça curta.
Hoje estou conhecendo-a. Voltarei para conhecer as outras mocinhas (vixi, me senti um daqueles malucos de filme de teror!). Já sei, falar 'mocinhas', me coloca num patamar 'diferente'; mas, dane-se. Correr esse risco não me fará entrar em óbito, não me fará ficar mais bonito (ou mais feio), não me fará ficar melhor (ou pior), do que já sou.

Fiquei meio..., como dizer? - enlevado!!!
Em primeiro lugar por vc ser uma admiradora de 'exentricidades', também sou; principalmente quando há criatividade nelas, simpatia. Era bem mais (admirador), hoje, mais seletivo, admiro a criatividade, independente de como ela se expressa.
Aprecio largueza de espírito, admiro pessoas que a cultiva.
Fui o sonâmbulo da família até os... 8 anos + ou -. Tive comportamentos que me encheram um pouco o saco durante um tempo como esse de fazer rituais, tipo: fritar e jogar fora 3 ovos pois quando os quebrava achava que não estavam 'exotéricamente' perfeitos. Vixi! passava loooongos minutos apagando e acendendo uma luz pois tinha que mover o comutador da bagaça em sincronia perfeita com alguma coisa..., talvez o Universo.
Não gostei muito dessa época...

Sua maneira de escrever: admiro. Muito. Tem alma em sua escrita; tem vida; tem você!.

Krishnamurti ensina como ficar de boa no agora. No a-g-o-r-a. tive a sorte de ler a conferência num livro que tenho guardado (deixa procurá-lo pra te dar o nome .... .... ...) o nome é esse: Viagem Por Um Mar Desconhecido. Da Editora Três.
Mas, tem outro livro melhor (levei anos pra chegar até ele!), se chama Conversando Com Deus. Fiz várias referências à ele em meu blog.

Bem, achei você riquíssima!
Fico maluco com mulher inteligente, acho que Deus me colocou aqui (neste Planeta), simplesmente para conhecê-las e admirá-las (claro, e dar umas beijocas se possível caso mande meu coração).

Ía comentar seu texto, mas, me saiu isso... Como sou contente comigo (mas não satisfeito em tempo integral), ficará como está. Não conseguiria fazer melhor, nem (graças a Deus), pior.

Prazer em conhecê-la.

I will be back............. (rêrêrê!)

Everyn Palhares disse...

EU SOU a LOUCA dos Emoticons kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk..

Mas deixe-me explicar queridinha, NAO EH QQ emoticon nao senhora viu, SOH OS MINIS, pq eles sao OS MAIS EXPRESSIVOS EVAAA... hahahahah

E tem mais, eu TBM ODEIOOOOO aquele povo RETARDADO que coloca trilhoes de emoticons no meio de uma unica palavra affff..QUERO MORRER!

EU OS USO SIM, mas de proposito, quando eu PRECISO deles (toda hora hehehe) e tu eh mesmo MUITO CINICA neh madame...Ateh parece que tu nao eh a segunda na hierarquia das LOUCAS DO EMOTICONS apanha!!! lol

Maria disse...

Sylvio,

Many thanks pelo comentário, pelos elogios. Espero que retorne sempre. Já tá incluído no meu rol de amigos esquisitos e divertidos! hahahahaha Continue partilhando suas "excentricidades" e gostos, serão objeto certo de novas reflexões. Adoro!
Quanto aos livros, eu conheço o "Conversando com Deus" e tenho em casa, só não tive oportunidade de ler ainda, antes porque não priorizei, agora porque estou atolada de materiais do exame pra devorar. Tão longo seja possível (espero que em breve, porque livros comprados e não lidos me causam angústia...e eu tenho alguns nessa situação)eu vou lê-lo. Enquanto isso, vou fuçar no seu blog seus posts sobre...

Seja bem vindo! ;)

Maria disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Maria disse...

Dona Mishal,

Vc não fica espalhando por aí!*apanha* Que essa mania dos emoticons é uma das que eu tenho vergonha de admitir! *ups* *aff* Por isso que falei de forma tão impessoal no post. ^o) Então, não me constranja *apanha* e assuma vc o posto de louca dos gifs *AFF3* *hihi* Você é MINHA personagem *DERRR* então eu conto a versão dos fatos como eu bem entender *hihi* *lol* Te amona "can dos infernos"! Tu é chata pacaraio (acabou de me deixar sozinha falando com as paredes no msn com todos os gifs de choro!*SAD*), mas a gente ama! *fazeoq* beijoos *kisses* *mefui*

Everyn Palhares disse...

hahahaha...PALHACA *leza* *Soiii*

Entao tah entaum, eu sou a EMOTICON FREAK QUEEN *kiaaa*...*pulaaa*...*hihihi*

Cada uma...eh ameegue...Nos somos duas DEMENTADAS = FATO! *SAD* *mematar* *mefui*

Tchow entaum!!! *apanha* mimimi

FelipePsyco disse...

Preciso fazer uma confissão: o "homem do banheiro" era eu. Foi uma época difícil, de muita privação, principalmente no que diz respeito às necessidades espaciais, uma vez que o ambiente era exíguo o suficiente para limitar quase que a totalidade dos meus movimentos. Não bastasse a angústia disso advinda, eu também vivia em constante estado de alerta, do que resultava absoluta fadiga mental e falência das minhas capacidades cognitivas mais refinadas, pois nunca sabia exatamente quando - e tinha a plena convicção que deveria - me retirar. Sim, malgrado as circunstâncias inóspitas, minha consciência moral mantinha-se preservada e, graças a uma combinação indiferenciável de um senso de oportunidade aguçadíssimo - desenvolvido gradualmente a partir da exacerbação natural dos sentidos - e da ação do acaso(nunca podemos descartá-lo de todo), consegui me manter oculto, merecendo assim as denominações de "fantasia" ou "paranoia".
Mas nem tudo é aflição nessa vida sorrateira e solitária. Há não muito tempo, ascendi socialmente. Hoje habito a cozinha.